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domingo, 4 de março de 2012

Educação - prática diária de achar soluções possíveis!!

   As teorias educacionais são bonitas, mas se revelam, por vezes, uma muleta para pessoas que não tratam o humano com suas devidas  limitações e plenitudes. As teorias educacionais impõem regras que satisfazem certos interesses, porém estas regras confrontadas com a realidade se tornam, sem uma visão realística,  inócuas.
   Estou sendo pessimista? Pode ser, mas as teorias educacionais,  se olhadas com exatidão não caducam e  com o tempo tornam-se autênticos balaios de gato para que outras tomem à frente e as substituam? Com sua essência baseada em regras de mercado  e mágica contemporaneidade, ou simplesmente pelo apreço do novo elas precisam ser reorientadas de acordo com uma visão nova que nada têm de novo,  na realidade. Se revestem do novo para parecerem novas, mas no fundo são reflexos de idéias que priorizam a educação para o mercado. Infelizmente vejo-as assim, sem qualquer essência de humanidade e teor humanista.
   Não digo que  a teoria seria uma coisa errada, porém é necessário saber que o humano tem certas coisas perenes, que não passam com o tempo, assim como o tempo nada leva do ser humano em seus padrões éticos, e que estes padrões éticos não caducam.
    Não será que estamos gastando muito tempo com o novo pelo novo, e isto está corroendo o presente, pondo ao largo as características que não podem ser deixadas de lado no ser humano, que fazem parte da conquista de séculos de civilidade, apesar de alguns  quererem deitar por terra isto para argumentar que somos sempre uma reconstrução constante ( que é certo de certa forma…)?. Apenas para só fazer valer  interesses mercadológicos consumistas num capitalismo, ou seja lá que ideologia que pregue o novo consumido a todo o custo?
   A necessidade da pesquisa do professor é uma necessidade íntima e é notável quando meditamos sobre nossas aulas e fazemos dela um manancial rico em propostas que não serão apenas intenções, mas a pratica com a práxis; ou seja: que a realidade das aulas do nosso dia  a dia se revelem referências constantes para se determinar o que devemos pensar sobre elas. E isto não é demagogia. É ciência, e das boas. Um professor, o bom professor, deve pensar a sua aula para além do seu raio de ação, dentro da sala de aula, deve revelar com a minúncia constante do seu aparato, suas características um pesquisador, referenciando-se sempre naquilo que propõem aos seus alunos. Sem deixar de lado os valores, valorizar e valorar (pesar) sua atuação e a rede de intenções em que se lança em sua prática.
   Sem uma visão minunciosa, apreende-se pouco e torna sua atuação pobre e reprimida pela realidade ou realidade que lhe tomamos tempo e as atenções inutilmente.
   As teorias educacionais servem para nortear caminhos, não para ser o caminho.  Disse isso ao então dono da Papelaria Mil Koisas, em Atibaia, o Clóvis. Mas ele me respondeu com uma sabedoria tão exata e tão aberta que me causou uma confusão conceitual em mim e uma admiração muito grande para alguém que não era cristão, mas humanamente aberto às possibilidades que a vida oferece. Ele me disse que o importante era o caminho dentro do caminho que percorremos! Isto é típico do pensamento zen-e que me agraciou com a possibilidade das possibilidades nunca esgotadas. Isto verifica-se na realidade vivida e deve ser uma atitude ativa na nossa capacidade de encontrar soluções para os problemas dentro dos problemas: as soluções das soluções…
   Sabendo que os problemas existem e geram outros problemas e que gerarão outros problemas, contudo,   importa que planejemos as soluções que gerarão soluções dentro das soluções. Para cada problema existe a contrapartida dentro de solucioná-la. Sem a perspectiva em aberto nada podemos fazer a não ser cristalizar-nos. E por aí encontraremos problemas insolúveis e realidades impossíveis de aventar soluções. A atitude filosófica de sempre aprender, de sempre ser um aprendiz, revelará a maturidade do professor coadunado com a sua realidade, com seus alunos e com suas convicções éticas e morais.
   Os problemas da educação serão traumáticos somente se não exibirmos seu caráter transformador. A motivação,   a pesquisa, os recursos, a criatividade, a postura e os saberes só serão ativos  e passiveis de um rol de soluções se e somente se tivermos a capacidade de pensarmos em termos reais, não somente em termos teóricos ou jogando a problemática para solução pelo uso de um maquinário azeitado ou coisa que o valha. O dinheiro, ou os recursos orçamentários também não serão a solução se não pensarmos na carga humana que não devemos prescindir, no hábito educativo,  dos profissionais da educação. Eis aí uma questão pouco ventilada: o compromisso ético do educador. Sem este compromisso nada do que foi dito se fará importante. Há uma certa dose de algo que poderíamos chamar de responsabilidade diária do professor consigo mesmo e com aquilo que ele procura e encontra em suas aulas. O caminho dentro do caminho das descobertas deve influenciar o educador em ser mais. Não só um profissional que maneja teorias, mas um praticante que pensa teorias e se revela um pensador que se reformula a cada aula, se possível, na prática. E isto requer uma responsabilidade e uma contínua capacidade de se repensar e pensar o mundo e os caminhos dentro dos caminhos do mundo e daquilo que ele realmente acredita como parte da suas verdades ou das verdades dentro das verdades consideradas no seu íntimo,  e no seu modo de viver, de atuar e de agir.  Na educação constantemente inspirada e inspiradora em revelar um questionamento constante sobre as realidades dos alunos e da vida em geral. Não dando a importância ao novo pelo novo, e sim, do novo em consonância e bem afinado com a consciência de quem se investe como educador e professor que tem sob sua responsabilidade habilitar gente para ser gente – na teoria e na prática.
                                    Nestor Lampros é arte-educador,  e professor de Artes, História em Quadrinhos  e Mangá.
Poeta, ator, artista plástico, roteirista, dramaturgo, arte-educador, pós-graduado em Arte-Educação pela FAAT, em Atibaia. Graduado em Letras pela FESB de Bragança Paulista. Contato: poetanestor@hotmail.com  ou nestorisejima@gmail.com

Vi primeiro no Site http://www.atibaia.com.br/noticias/noticia.asp?numero=24509

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